quinta-feira, 12 de março de 2009

No Eu Plural a homenagem aos poetas:

Trancrevo abaixo o texto publicado no "EU PLURAL", de Hmmberto de Almeida. Acesse também através do Crônicas Cariocas a música "Primeira Poesia de 2009", escrito por mim e musicado por Marta Nascimento.

EU PLURAL: Embora sabendo que os meus dois leitores saberão entender/compreender as bem traçadas abaixo, aos outros que não leitores meus, devo uma explicação. E vou dá-la. O texto abaixo, até mesmo para este escriba que a conhece tanto, é uma coisa rara. Por que rara? Porque escrito por uma compositora que sempre preferiu falar - e cantar - através das letras que escreve. Marta Nascimento, uma das melhores vozes surgidas nesses últimos tempos, uma voz verdadeira entre tantas falsas, intérprete para minha satisfação de tantas coisas minhas, nossas, mostra ao público - outra coisa rara - um dos mais belos momentos da natureza humana: o momento da criação. Em síntese: o belo poema de Francci Lunguinho, editor do cronicascarioca.com e Zumbido Cultural, dedicado as coisas deste escriba, dedicação que muito me honra, foi por ela belamente musicado. O resto é história.

NESTE EXATO MOMENTO, O EXATO INSTANTE DA CRIAÇÃO
Quer me deixar num mato sem cachorro? Pergunte-me que tipo de música eu faço? Difícil responder ou simplesmente fácil demais…! Não tenho estilo.


Faço o que me vem na telha. Segundo meu amigo Humberto, alguém já falou isso também e esse alguém deu certo (risos). Espero então que eu também dê.

Sou daquele tipo que aproveito o pouco que sei e se não sou um poço de sabedoria, saco muito coisa no ar e nessa sacada, acabo bagunçando idéias e me entrego ao prazer de dar asas ao que penso. E as criações acabam dando certo!

Não me atrevo a dizer que toco violão, mas adoro tocar nele (risos). Conheço o seu corpo, as cordas que o envolvem, seus tons, seus sons, mas não me pergunte nome de acordes, aí… Complica bastante. E muito menos, peça-me para acompanhar alguém, porque morro de vergonha de dizer: toco somente pra mim mesma…

Mas, quando tenho uma letra em mãos, uma letra que seja minha ou de alguém que conseguiu expressar aquilo que eu gostaria de falar, ele torna-se um parceiro inseparável. Procuro dentro do que conheço um caminho e, quando não encontro, vou tateando sons, gravando, regravando, escutando, escutando, escutando… Depois peço socorro ao meu mestre Carlão. O que fazer com isto que está na minha cabeça? Ele fala: simples. Dê-me a gravação que eu harmonizo e toco pra você. Santo Carlão! Por incrível que pareça ele gosta de tudo que eu faço. E o pior de tudo é que eu também (rindo muito).

Tudo isso para falar sobre como surgiu a idéia de musicar o poema do Francci Lunguinho em homenagem a meu amigo Humberto Almeida.


Primeira Poesia de 2009. Um poema forte que cheira a desabafo, e eu querendo gritar junto…!
Sem nenhum pudor, o imprimi. Passei a pensar “só naquilo” (mais risos). Li, reli, li novamente e pensava: por que só consigo escrever sobre amor? Não importa, melhor assim. Unir meu nome a alguém que tem as letras nas pontas dos dedos não deixa de ser exótico, já que também tenho a intuição musical também nas pontas dos dedos. Só mudou a forma de expressar.

E nos unimos num só momento, homenagem+poema=musica. Pra mim, difícil. Um poema já publicado, não poderia mudar uma só palavra. O que fazer? É aí que surge o olhar pra ele… O violão. Sentir suas vibrações e deixar vir a intuição para fazer acontecer. Surge, canto, gosto, mostro e agrado e agora?

Será que o poeta gostaria que seu poema fosse musicado? E me atrevo a escrever, pedir autorização. E pasmem… Fui autorizada. E o melhor de tudo: ele gostou. Que louco que são esses momentos de posse sobre algo que não é nosso! Eu gostaria de ter escrito aquilo e através da parceria vou poder gritar por onde for. Obrigada Humberto por existir e inspirar o Lunguinho. E ao Lunguinho, obrigada por me deixar berrar, através do samba. Samba? (risos) Essa homenagem.

Um comentário:

  1. Valeu Francci. Este e-mail que enviei ao Humberto deixa-me crua diante do que faço e é assim que o meu mundo funciona. Reiventando passos. Obrigada pelo que falou no Eu Plural, um abs.
    marta nascimento

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